A Catedral de Santa Sofia, em Kiev (Ucrânia) data do séc. XI. A sua planta tem a tradicional forma em cruz grega e está coroada com várias cúpulas. A influência da estética bizantina estendeu-se a todos os territórios que professavam uma doutrina religiosa ortodoxa.
As campanhas militares de Justiniano I contra os reinos germânicos ocidentais levaram Bizâncio à sua máxima expansão territorial. Retrato de Justiniano num detalhe do mosaico de ca. 547 da Igreja de São Vital de Ravenna (Itália).
Bandeira oficial da Bulgária
Bulgária A cidade portuária de Varna
Constantino Monomaco (1042-1054) ou Constantino IX, subiu ao trono pelo casamento com a imperatriz Zoe, filha de Constantino VIII. No mosaico de Santa Sofia, o imperador Constantino Monomaco e a sua esposa Zoe ladeiam Jesus Cristo.
Cruzadas
Hino oficial da Bulgária
Miliário de prata de Basílio I, séc. XI (Coleção Jean Vinchon, Paris, França).
O imperador Justiniano encomendou um único código que eliminasse as contradições das versões anteriores. Detalhe do Iustinianum Digestum, cópia medieval do Digesta sive Pandestas Iuris, publicado em 533 (Biblioteca de Veneza, Itália).
![]() |
Bulgária Republika Bălgarija Estado do SE da Europa, na Península Balcânica. Limitado ao N pela Romênia, ao E pelo mar Negro, ao SE pela Turquia, ao S pela Grécia e ao O, pela Sérvia e pela Macedônia. Com uma superfície de 110.912 km² e uma população de 7.282.041 habitantes, o país é dividido em 28 províncias Capital: Sofia. Língua oficial: búlgaro. A religião mais difundida éortodoxa.
Geografia• Meio físicoO principal elemento do relevo búlgaro são os montes Balcãs, que se estendem de E a O e dividem o país, com cumes que ultrapassam 2.000 m. Ao S dos Balcãs, encontram-se os maciços Ródopes, Pirin e Rila (monte Musala, 2.925 m) e a depressão do rio Maritsa. As principais bacias hidrográficas são as do Danúbio e seus afluentes Iskar, Vit e Jantra, a do Maritsa, cujo maior afluente é o Tundzha, e a de outros afluentes do mar Egeu: Struma e Mesta. Ao N, predominam as características do clima continental, com fortes oscilações térmicas, enquanto ao S, predominam as características mediterrâneas, com temperaturas altas no verão e moderadas no inverno. As precipitações são, em geral, escassas (média anual de 500-600 mm). A vegetação mediterrânea estende-se pelo S e a estepe balcânica pelo vale do Danúbio; nas montanhas, os bosques são ricos em caducifólias e coníferas.• População e estrutura econômicaA população é composta principalmente por búlgaros, com presença de diversas minorias étnicas (turcos e ciganos), tem densidade demográfica de 70 hab./km2. 67,5 % da população é urbana e a sua distribuição é irregular; as principais concentrações populacionais encontram-se no vale do Maritsa, na região que desce para o Danúbio, na bacia de Sofia e na zona litorânea. Principais cidades: Sofia, Plovdiv, Varna, Burgas e Ruse.A Bulgária é um território de grande tradição agrícola, que conheceu uma importante industrialização com o regime comunista. Após a queda do sistema, orientou-se para um sistema de economia de mercado. Principais cultivos: trigo, milho, cevada, beterraba , girassol, vinhedos, além de soja, amendoim, colza e algodão. Pecuária de ovinos, suínos e bovinos. Importante exploração florestal. Mineração (carvão, ferro, alumínio, chumbo, zinco, cobre e manganês). Extração de petróleo e gás natural na região do Danúbio e no mar Negro. Indústrias alimentícia, têxtil, siderúrgica, mecânica, elétrica, eletrônica, química e petroquímica. Produção de maquinaria agrícola e veículos. O país dispõe de uma boa rede rodoviária e ferroviária, sendo o Danúbio outra importante via de transporte. Portos fluviais: Ruse, Lom e Vidin; portos marítimos: Varna e Burgas. As trocas comerciais realizam-se principalmente com Rússia, Alemanha e Itália. Importação de petróleo, gás natural e maquinaria e exportação de produtos químicos, plásticos, alimentos e tabaco. História• As origensUma forte densidade de povoação durante o Período Neolítico (cultura de Karanovo), a rica necrópole de Varna e a difusão precoce de um tipo rudimentar de escrita (tabuletas de Gradeshnitsa) são provas do elevado nível cultural e a complexidade social atingida (V e IV milênios a.C.). No I milênio a.C., o território foi habitado por trácios e ilírios, passando mais tarde pelo domínio da Macedônia e por Roma (30-8 a.C.);pertenceu ao Império Romano do Oriente; foi invadido pelos búlgaros (679), que se estabeleceram nos territórios entre o Danúbio e os Bálcãs.(Império Bizantino). Estenderam o seu poder à Macedônia e Albânia até que Boris I (852-892) consolidou as conquistas realizadas. O processo de formação da nação búlgara recebeu o impulso definitivo após a adoção da língua eslava e do cristianismo. Simeão I (893-927) venceu na guerra contra o Império Bizantino, apoderou-se de Adrianópolis e adotou o título de czar dos búlgaros. • Do domínio bizantino à I Guerra MundialPosteriormente, tendo perdido boa parte dos seus territórios, a Bulgária foi absorvida pelo Império Bizantino (1014). Em 1186, os búlgaros se rebelaram e reconstruíram o seu próprio Estado com o czar Ivan II Kalojan (1197-1207), conhecendo um novo período de esplendor sob o reinado de Ivan II (1218-1241). O último czar, Ivan III Shishman (1371-1391), se rendeu aos turcos (1393) e a Bulgária foi incorporada ao Império Turco-Otomano (até 1878), sendo islamizada parte da população. Em finais do séc. XVIII, teve início o processo de emancipação nacional. Em 1877, foi projetada a Grande Bulgária pelo Tratado de Santo Estevão. Previa a integração física entre a Bulgária e grande parte da Macedônia e Trácia, mas o tratado (julho de 1878), imposto pelas potências europeias, instituiu um pequeno Principado autônomo búlgaro. Em 1908, foi proclamado o Reino Independente da Bulgária. Após a sua intervenção nas Guerras Balcânicas (1912-1913), conseguiu uma pequena parte da Macedônia, mas perdeu a Dobrudja meridional para a Romênia. A participação na I Guerra Mundial junto à Tríplice Aliança ocasionou outras perdas territoriais.• Do pós-guerra à atualidadeEm 1934, o rei Boris III instaurou um regime pessoal. Tendo aderido à política do Eixo (1937), foi alvo de disputas entre Alemanha e URSS, sendo ocupada pelos alemães. Participou na guerra contra Grécia e Iugoslávia, mas permaneceu neutra contra a URSS. Após a invasão do exército soviético (setembro de 1944), foi governada pela Frente Nacional sob a hegemonia do Partido Comunista e tornou-se uma República Democrática Popular (setembro de 1946).O ex-secretário do Komintern, G. Dimitrov, foi o fundador do regime comunista búlgaro. A Bulgária aderiu ao Pacto de Varsóvia (1955)e ao COMECON (1959). T. Zhivkov foi presidente do Conselho (1962) e chefe de Estado, após a reforma constitucional de 1971. Reeleito em diversas ocasiões até 1986, transformou a Bulgária no mais fiel aliado da URSS. As mudanças políticas no Leste (1989) conduziram à destituição de Zhivkov e ao abandono do monopólio político do Partido Comunista, que mudou o nome para Partido Socialista Búlgaro (PSB), em abril de 1990. Ganhou as eleições de junho desse ano, mas a oposição da União das Forças Democráticas (UFD) conseguiu a demissão do presidente Mladenov e a nomeação de Z. Zhelev como chefe de Estado (agosto de 1990). As eleições de 1991 deram a vitória à UFD, cujo líder F. Dimitrov assumiu a direção do primeiro governo não-comunista.Na década de 1990, o país atravessou graves crises sociais, econômicas e políticas. Tecnocratas (L. Berov), socialistas (Z. Videnov) e conservadores (S. Sofianski, I. Kostoav) se alternaram no poder. Em 1996, ocupou a presidência P. Stoyanov, da UFD. O governo conservador dos finais da década acelerou o processo de liberalização econômica e iniciou negociações para a incorporação na OTAN e na UE.Em 2001, venceu as eleições legislativas a Aliança Nacional, um partido político criado pelo ex-rei Simeão II, que se tornou primeiro-ministro, sendo o primeiro ex-monarca europeu a governar sob uma Constituição republicana. Pouco depois, o comunista Gueorgui Parvanov ganhou as eleições presidenciais. Em março de 2004, a Bulgária integrou-se à OTAN. Em 2005 Simeon II não pode revalidar o seu cargo de primeiro-ministro, uma vez que perdeu as eleições legislativas celebradas no mês de junho frente à candidatura socialista encabeçada por Stanishev. Este último foi o encarregado de presidir ao novo governo de coligação. O avanço das negociações com a União Europeia em 2004, conduziu a que o país integre a UE a 1 de janeiro de 2007. Em outubro de 2006 Parvanov ganhou as eleições presidenciais e seu cargo foi ratificado. Em 14 de janeiro de 2009, manifestantes protestaram em frente ao Parlamento da Bulgária, acusando o governo atual de incompetência e corrupção. A falta de gás, causada pela crise entre a Rússia e a Ucrânia, na semana anterior, acirrou a insatisfação contra o premiê socialista Sergei Stanishev. Em 2011 Rosen Plevneliev, candidato do partido do governo, o GERB (em búlgaro,
Cidadãos pelo Desenvolvimento Europeu da Bulgária), venceu as eleições presidenciais. ArteOs vestígios arqueológicos, muito abundantes, pertencem às distintas fases de ocupação. As jazidas mais representativas são: Kozarnika, Shiroka Polyana e Kremenete (do Paleolítico); Gabarevo, Yunazite, Karanovo, Zavet, Krivodol e Topolnica-Akropotamos (do Neolítico); a necrópole de Varna de finais do V milênio a.C. e Novae, Abritus, Durostorum e Oescus (do período romano). No início da nação búlgara, os elementos tardo-romanos e bizantinos combinaram-se com os da Pérsia sassânida (relevo rupestre do cavaleiro de Madara, sécs. VIII-IX). No séc. IX, emergiu o elemento eslavo: tesouro de Madara (Museu Arqueológico de Sofia) e esculturas do palácio do czar Simeão em Veliki Preslav, a nova capital. Com a ocupação bizantina e o segundo Império Búlgaro (1186-1393), o país sofreu a influência da arte bizantina. Desta época, destacam-se as basílicas de dois andares, tipicamente búlgaras, e a produção pictórica: afrescos do mosteiro de Bachkovo e de Boïana (séc. XIII), afrescos de São Jorge em Sofia (séc. XIV). O domínio turco acarretou um declínio artístico, mas deixou exemplos significativos da arquitetura turco-otomana. A arte pós-bizantina esteve ligada aos modelos do monte Athos. Entre 1790 e 1820 produziu-se um ressurgimento da tradição artística nacional e cristã. Z. Zograf (1810-1853) foi o iniciador da pintura búlgara moderna. LiteraturaA literatura medieval teve dois grandes períodos: nos sécs. IX-XI, sobressaem C. de Ohrid, C. de Preslav e João o Exarca; no segundo (1186-1393), o patriarca Eutimo de Tărnovo e G. Camblak. Durante o domínio turco-otomano (1393-1878), a atividade literária ficou reduzida à hagiografia e à compilação. O ressurgimento literário começou quando P. de Hilendar despertou a consciência nacional com a História dos Eslavos Búlgaros (1762). Em inícios do séc. XIX, o bispo Sofronij, P. Beron, N. Bozveli, N. Rilski e V. Aprilov tornaram literária a língua popular. No renascimento artístico subsequente, participaram Karavelov, Drumev, Rakovski, Slavejkov e Botev. Após a independência (1878), destacaram-se Vazov, Stojanov, Mihajlovski e Konstantinov. Entre 1880 e 1920, P. Todorov e P. Slavejkov introduziram temas neorromânticos, enquanto autores como E. Pelin misturaram a tradição realista com as inovações modernistas. Na poesia, o modernismo iniciou-se com Hristov e Javorov. Durante o segundo pós-guerra, o romance conheceu um relativo florescimento com Dimov e Talev. Pela sua originalidade, na narrativa sobressaem Hajtov e Radichkov e na poesia Penev, Levchev, Bashev, Matev e Dimitrova.
|